sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Marketing Racista: Duloren ataca novamente


Depois da campanha proibida pelo CONAR por conta de presença de “racismo, machismo e apelação”, a Duloren volta a trazer uma propaganda na internet que vem sendo alvo de críticas. 

Campanha proibida pelo CONAR em 2012

Trata-se de uma imagem compartilhada no último dia 8 de dezembro na página da Duloren no Facebook, segundo comentário dos moderadores após uma das primeiras críticas como "homenagem ao Dia da Mulata", seja lá quando se comemore e o que signifique tal dia.

Como descrição da foto está a seguinte legenda: "Brasileira, miscigenada, de sangue, do samba, da carne, do rebolado. Parabéns a todas as mulatas, maravilhosas, deste país de muito borogodó!"

Dentre o muito que se pode questionar (como por exemplo a quase inexistência de modelos negras nas propagandas da marca, eceto quando colocam como cenário favelas), a imagem vem despertando uma nova série de protestos, dentre os quais destacamos e citamos aqui a eloquente análise de Jonathan José Alves Ribeiro.

"Coisificação do corpo preto

Propagandas de lingerie são corriqueiras em nosso país, pois são peças de roupas que toda mulher usa, mas essa empresa Durolen tem costume de animalizar mulheres pretas, essa mesma empresa fez um comercial remetendo a imagem da mulata, fogosa que derruba um capitão, ou seja, segundo eles a mulher preta derruba o homem branco, usando suas partes íntimas, sexualização exacerbada da mulher afrodescendente  ou seja, uma imagem que as africanas e suas descendentes afro-brasileiras carregam até hoje . 

Isso me remete a um ditado do Gilberto Freyre o mesmo, sim, da democracia racial, o qual muitos o associam em Casa Grande e Senzala, existe a seguinte frase: "branca pra casar, mulata pra trepar e negra pra trabalhar", ou seja, sejam pretas ou miscigenadas as afrodescendentes se encontram em desvantagens comparadas as mulheres brancas, isso não se reflete só em questão de emprego, como também na imagem que a sociedade racista faz delas, seja vendendo como uma mulher feia , coisa que o zorra total faz, como a de mulher fogosa e vulgar, ou seja pra essa sociedade valorização é só com a mulher branca, a preta cabe a todo esteriotipo possível , a imagem da mulata carrega todos os esteriótipos possíveis pras afrodescendentes, uma imagem de mulher fácil ,vulgar, é essa a interpretação que os estrangeiros tem das mulheres afro-brasileiras, uma imagem que as militantes do movimento negro vem lutando a décadas, ou melhor a séculos mulheres africanas-brasileiras lutam contra sua animalização, seja sexual , seja como força de trabalho. Só posso me remeter a intelectual preta Sueli Carneiro, que quando vai falar do feminismo ocidental , usou a seguinte frase quando nos referimos, ao mito da mulher fragilizada, a que tipo de mulher nos referimos? A mulher branca, na Diáspora a mulher preta não era vista como frágil e sim como força de trabalho, essa imagem se reflete de frágil na sinhá branca,outro ponto da Sueli Carneiro no Enegrecer o feminismo, enquanto mulheres brancas lutavam pra entrarem no mercado de trabalho, mulheres pretas já eram força de trabalho, mulheres brancas lutam por não ter filhos, mulheres pretas embora muitas optem por não terem filhos, boa parte lutam pra verem os seus poderem crescer, pois é provado em estatísticas que pretos/pardos são os jovens que mais morrem por violência. Outro dado pertinente é uma criança em um comercial de lingerie, coisa que eu e muitos achariam inadmissivel em um comercial, com grande teor sensual, não cabe uma criança nisso, nunca vi crianças brancas neste tipo de propaganda."

1 comentários:

Gi disse...

Bravo, perfeito disse tudo que eles precisam ouvir, será que entenderam??!! Nós mulheres negras esperamos que sim.

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